O ciclo circadiano é o ritmo em que o corpo se organiza para ser capaz de realizar as suas tarefas ao longo do dia. Em dado momento, próximo ao anoitecer, ele desacelera e o organismo reduz a intensidade de seus processos, visando o período de relaxamento que — ao menos teoricamente — se aproxima.
Bons hábitos alimentares são importantes para que o sono seja profundo e revigorante. Do contrário, os alimentos ingeridos antes de dormir podem virar algozes durante a noite. Dormir bem é resultado de um conjunto de ações tomadas ao longo do dia.
Consumir gordura em excesso, ingerir poucas fibras e manter um estilo de vida pouco saudável e muito sedentário são atitudes que podem resultar em desconfortos significativos na hora de dormir.
O que fazer ou evitar?
De acordo com o médico Drauzio Varella, para uma boa noite de sono, alguns cuidados com os alimentos ingeridos devem ser considerados, para que eles não “pesem” na qualidade do seu descanso. Segundo ele, antes de dormir, é recomendado comer alimentos capazes de acelerar o esvaziamento do estômago, como os ricos em fibras.
Além disso, não deitar imediatamente após a refeição também é crucial para que o sono seja de qualidade. O médico sugere que, depois de comer, só se vá para a cama, no mínimo, duas horas após a refeição.
Evitar o álcool, café e demais bebidas estimulantes e alimentos gordurosos e picantes – que aumentam a atividade metabólica — também contribui para o relaxamento na hora de dormir. O ideal é uma dieta leve, com alimentos como banana, abacate e leite, que são triptofanos —estimulam a liberação da melatonina, o hormônio do sono.
Os carboidratos complexos, como os cereais integrais, e as gorduras insaturadas, como o ômega 3 proveniente dos peixes, são outros fortes aliados para uma boa noite de sono.
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Por que comer e logo dormir faz mal?
De acordo com Drauzio Varella, o hábito é nocivo porque contribui para um maior risco de obesidade, já que você come e vai se deitar. Nesse momento de aquietamento, o corpo passa por picos de glicemia e o metabolismo para lidar com os alimentos está mais lento.
As consequências podem ser o aumento no risco de diabetes, da pressão arterial e o maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares.
“É uma questão de equilíbrio energético. Durante o dia, a gente ingere a energia que vamos queimar trabalhando ou fazendo as nossas atividades. No período noturno, você ingere e não gasta. Isso vai prejudicar a qualidade do sono e vai se acumular em forma de gordura corporal”, explica ao portal Drauzio Varella, o médico Harley Pandolfi, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina da Obesidade.