O Data Favela, levantamento apresentado na última versão da Expo Favela, escancara a potência da economia que vem dessas áreas. De acordo com a pesquisa, se a população abrigada por elas formassem um Estado federativo, seria o 4º maior deles, com 17,1 milhões de habitantes e movimentando mais de R$ 200 bilhões anuais.
Visando valorizar esse potencial e fortalecer a economia das favelas no país, o G10 Favelas — bloco de líderes e empreendedores de impacto social — desenvolveu o G10 Bank. É o primeiro banco criado pela união de forças comunitárias em prol da emancipação financeira desses territórios. A centenária Paraisópolis, segunda maior favela de São Paulo, recebeu a agência física do que, até então, era uma iniciativa presente somente na esfera digital.
Superando os desafios da pandemia
O G10 Favelas atua desde 2019 e superou os desafios decorrentes da pandemia de Covid-19. Tem sido um importante agente financeiro nas comunidades, contribuindo para que pequenos negócios locais não perecessem. A ideia do banco é possibilitar o desenvolvimento da cadeia econômica das cerca de 180 favelas onde atua no Brasil, em todos os moldes: desde a operacionalização bancária até a profissionalização dos potenciais empreendedores dos territórios.
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A agência física oferece o conjunto de serviços que os tradicionais bancos têm em seus portfólios, mas com a exclusividade de terem sido pensados a partir da perspectiva de um morador da favela e ter outros de seus habitantes como seu público-alvo. Para Renata Alves, empreendedora e líder comunitária de Paraisópolis, isso faz total diferença. “É de suma importância (ter) um banco dentro de uma favela criado por pessoas da favela”, destaca durante participação no programa Estação Livre, da TV Cultura.
Expansão para outras favelas
Em entrevista ao jornal Exame, Gilson Rodrigues, presidente nacional do G10 Favelas e CEO do G10 Bank, conta que ainda este ano, planeja a abertura de outras quatro agências físicas. São Paulo pode ganhar mais uma, em Heliópolis. As outras serão viabilizadas nas favelas Casa Amarela (PE), Sol Nascente (DF) e Aglomerado da Serra (MG).